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RenovaBio vai trazer benefícios para a cidade

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Quando entrar em vigor, o RenovaBio – a Política Nacional do Biocombustível – vai impulsionar a expansão do setor sucroenergético e trazer muitos benefícios para Piracicaba, gerando emprego, renda e divisas. A produção nacional, que hoje em dia gira em torno de 30 bilhões de litros de etanol, pode ter um aumento de 30% a 50% na fabricação de biocombustíveis.

A análise é de Pedro Mizutani, vice-presidente de Relações Externas e Estratégia da Raízen e presidente do Conselho Deliberativo da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), que proferiu, na última sexta-feira (19), uma palestra sobre o tema na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq).

Na plateia da palestra, denominada “Visão Sobre o RenovaBio”, havia fornecedores de cana, autoridades municipais, representantes da Esalq, diretores e a equipe de Negócios Agrícolas da Raízen.

“É difícil prever de quanto será essa expansão, mas acreditamos que, com a implementação do RenovaBio, e o compromisso assumido pelo Brasil em Paris, na COP21 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, de 2015), a perspectiva é produzir no País, como um todo, cerca de 40 a 50 bilhões de litros de biocombustíveis. Isso representaria um aumento de 30% a 50% em relação aos 30 bilhões de litros que produzimos atualmente”, comparou Mizutani.

“Isso seria a partir de 2020, mas tendo o RenavaBio aprovado, o setor já começa a ter uma perspectiva positiva de investimento e o humor das pessoas já começa a mudar. E esse crescimento também vai refletir no setor de máquinas e equipamentos”, acrescenta.

O dirigente da Raízen observa que o projeto de lei do RenovaBio (número 160/2017) passou, inicialmente, pela aprovação na Câmara dos Deputados, em seguida ganhou o sinal verde no Senado e depois, no dia 27 de dezembro, foi sancionado pelo presidente Michel Temer (PMDB).

“Depois da sanção presidencial, temos 180 dias para definir uma meta e, depois desse prazo, temos mais 18 meses para a regulamentação, de forma que em janeiro de 2020 comece a valer, realmente de fato, a RenovaBio com suas obrigações das distribuidoras de comprar os CBios, que são os certificados de biocombustíveis”, observa.

O vice-prefeito, José Antônio de Godoy, que acompanhou a palestra, disse que “o RenovaBio vai trazer um grande benefício, em especial para o País, porque vai inserir o Brasil nessa discussão da emissão de carbono, elevação da temperatura do planeta e outros temas climáticos”.

Quanto a Piracicaba, o grande volume de empresas que trabalham na produção de equipamentos e tecnologia, especialmente voltados para a produção do etanol, também será beneficiado.

“Então, acho que o RenovaBio trará um impacto positivo para as empresas da cidade, gerando a retomada de investimentos, projetos de crescimento, mudanças dessa estrutura e a vinda de novos pesquisadores para instituições como, por exemplo, a Esalq e o Parque Tecnológico”, observa Godoy.

O RenovaBio é uma iniciativa do Ministério das Minas e Energia, uma política de Estado de descarbonização do transporte alinhada com o compromisso assumido pelo Brasil na Conferência do Clima (COP21).

“O objetivo do RenovaBio é inserir o biocombustível na matriz energética. É muito importante para o setor porque cria previsibilidade de investimentos, segurança energética, um planejamento de longo prazo. Ou seja, pode gerar uma Política de Estado para os biocombustíveis”, frisa Mizutani.

´O ano de 2018 é uma incógnita´

O setor sucroenergético vai sofrer um pouco ainda esse ano, avalia Mizutani. “Tivemos um 2016/2017 com preços de açúcar e etanol muitos bons. Já o ano 2017/2018, que termina agora em março, foi razoável. Agora, 2018 ainda é uma incógnita. Mas acreditamos ter uma produção eficiente, apesar de o canavial estar um pouco mais velho e dos preços internacionais de açúcar não estarem bons”, disse o executivo da Raízen.

Já a manutenção do preço do petróleo “num nível satisfatório” favorece o setor. “Hoje é mais vantagem fazer etanol do que açúcar. Essa política da Petrobrás de alinhar os preços do mercado interno de acordo com o mercado internacional favorece muito as empresas que são produtivas, pois não há subsídios e protecionismo como existiu no passado”, afirma. “Vamos maximizar o etanol em detrimento do açúcar”.

E o fato de 2018 ser ano de eleição deixa o investidor em compasso de espera. “É um ano de preparação, as empresas multinacionais estão encarando o Brasil como uma grande oportunidade, mas têm a expectativa de como serão as eleições esse ano”.

Fonte: Gazeta de Piracicaba

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